Rafaela Ribeiro (rafaela@darana.com.br)

Pluralidade, engajamento, inovação, diversidade… Qual significado essas palavras exalam para você? Individualidade ou troca? Quando o ofício é a comunicação, arrisco afirmar que é muito nítido perceber, em quase todos os times, o afastamento abissal de interações criativas que as distâncias físicas causaram. Com a imposição do isolamento – que não deve jamais ser questionado -, houve a extinção das esquinas de entrosamento que fertilizam a construção de ideias e oportunizam a criação de soluções. Sobretudo, diga-se de passagem, para quem é de humanas e tem a natureza do seu ofício sediada no que se ouve e no que se fala.

Uma boa ideia jamais nasce completamente pronta. Para tornar-se solução, vira compartilhamento e colaboração. Isso porque o capital intelectual que nasce da diversidade, em dimensões oceânicas, não diz respeito ao conhecimento, às ideias disponíveis, ou estocadas, dentro de uma organização, dos seus talentos, currículos e trajetórias de vida, mas do valor gerado por meio dessa troca. Pois então. Montar um time diverso – atenção para a inclusão – é garantia de riqueza intelectual e reencontro com as soluções criativas de que tanto precisamos? Pode ser que não.

É tempo de enfrentar aquilo que nos afasta uns dos outros, e uma das etapas mais fundamentais é vencer o silêncio que mora nas fronteiras. Mais atualmente, das telas que nos reduzem aos espaços residenciais e às nossas próprias demandas dentro de um time, que pode entregar muito mais potencial com a magia da interação. Opinar, colaborar na construção de uma ideia, saber o que está se passando no contexto fora do seu, entender as dinâmicas de outros projetos, ouvir cases, acompanhar experimentações, inspirar-se com o que vem dando certo, e sobretudo, aprender com aquilo que saiu errado.

O desafio das empresas de comunicação passou a ser cultivar estas rotinas e estratégias que propiciem, ainda que à distância, a troca de ideias e a construção conjunta das soluções. Podemos não saber exatamente quando e onde elas nascem, como se alimentam, se reproduzem, se disseminam, mas vale a pena construir um roteiro do Globo Repórter aí no seu time para chegar a estas respostas e a um entendimento de como os seus processos podem ser ajustados para alcançar a potente geração de valor que se espera da união de tantos talentos diversos.