Artigo | A área de comunicação e o ESG - DARANA RP

Artigo | A área de comunicação e o ESG

Quando a alta direção de uma empresa decide pela adesão à agenda ESG (meio ambiente, social e governança corporativa), isso exige uma série de ações que demandam planejamento e, desde esse momento, a equipe de comunicação tem de ser envolvida.

O trabalho da área de comunicação será em conjunto com as demais áreas da empresa, que carecerão de comunicação interna, relações públicas, assessoria de imprensa e gestão de riscos.

Definidas as pautas que serão abraçadas pela empresa, a sensibilização dos times é a primeira parte do trabalho, haja vista que é preciso disseminar as temáticas de forma clara para que seja não apenas compreendida, mas que os colaboradores adiram e se sintam, inclusive, contemplados na agenda. Vale ressaltar que esse trabalho é contínuo, não se limitando apenas ao lançamento das estratégias de ESG, inclusive para demonstrar os resultados e valorizar aqueles que se envolvem nas ações.

Ato contínuo, a empresa deverá posicionar-se perante seus stakeholders evidenciando as causas que abraça e o leit motiv. A linguagem e o canal de comunicação variarão de acordo com o público. Esse momento é muito importante e requer um cuidado que consiste na elaboração de briefings e do material de divulgação.

A adesão às pautas de ESG merece repercussão na imprensa, a fim de que a sociedade civil também tenha conhecimento do que a corporação resolveu fazer para tornar o mundo melhor. Os temas que integram o ESG são muito caros a todos e sua divulgação já serve de exemplo para concorrentes, parceiros comerciais e, principalmente, para que toda a cadeia de valor adira à causa. A identificação e preparação dos porta-vozes da empresa é fundamental, adequando linguagem, postura e comprometimento.

A atuação da área de comunicação na confecção, produção e divulgação do relatório de ESG e de reports e papers para conselheiros e investidores é fundamental, o que deve ser feito com o apoio das demais áreas, a fim de que o tecnicismo, dados e fatos sejam trazidos de forma clara, ordenada e tempestiva.

O envolvimento da área de comunicação torna-se ainda mais relevante quando da criação do gerenciamento de riscos da corporação, em face da agenda de ESG, pois haverá uma forte pressão de clientes, fornecedores, credores e investidores de que as ações sejam concretas e tragam resultados de impacto, não se constituindo apenas em brandwashing.

Importante ressaltar ainda que é preciso também capacitar o time de comunicação acerca das obrigações da empresa, por conta de exigências de órgãos reguladores, como a B3, o Banco Central e outras instituições que requerem evidências da execução de ações relacionadas ao ESG, sob pena de perda de valor em seus papeis.

Por fim, resta claro que no mapeamento de riscos de ESG da empresa se faz necessário envolver a área de comunicação, primeiro para que esta conheça os riscos e as repercussões que causarão à imagem e reputação da empresa, caso se concretizem e seja necessário gerenciar eventuais crises; segundo, para que possam contribuir com a elaboração do documento, indicando pontos que se caracterizam como risco à organização.

A comunicação, portanto, é parte essencial para a implantação das estratégias advindas da adesão à agenda de ESG e precisa participar desde o planejamento, passando pela execução das ações e seus desdobramentos.

 

Mariana Trindade

Sócia-Diretora da Darana RP

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